2 de jul. de 2009

Samba confuso!


Aquela noite fui convidado por um amigo para ir a uma balada samba rock, chamava-se Diquinta, meio intrigado mesmo sem apreciar o som, resolvi ir, ajeitei minha cabeleira, era uma bela cabeleira na época, me rendeu até o apelido de homem-de-neandertal, chamei também um amigo que dividia o apartamento, só que este já estava todo animado pra uma outra balada de uma amiga do mesmo.
Chegando a balada, logo encontramos umas garotas conhecidas e ficamos por ali mesmo, não gostei muito dos comentários sobre minha cabeleira logo no começo, garotas que julgam o exterior antes mesmo de conhecer a pessoa se mostram fúteis e vazias, mas tudo bem, não sou de me chatear facilmente, então fiz a única coisa sensata, comprar bebidas!

A noite foi passando e o efeito do álcool aparecendo, e logo me vi um verdadeiro dançarino de samba rock no meio do salão, com direito até a rosa na boca e chapeuzinho de sambista. Sempre achei que uma garota não resistiria a uma rosa na boca, estava enganado, apesar de que algumas garotas preferem se fazer de poderosa e descartar possíveis chances de contato humano. Enfim, enquanto recebia mensagens do colega de moradia dizendo que estava sozinho na balada por não conhecer ninguém, deparei com dois baianos tentando se fazer passar por cariocas, pra não deixar barato, meu amigo resolveu se passar por gaucho e entrar na brincadeira, nunca vi um jogo de sotaques mais estranho que aquele, acho que estávamos bêbados, hora de ir embora pra casa. E que caminho, alem de ter de evitar que o amigo bêbado fizesse seu cooper matinal, acho até bacana pessoas que se preocupam com a saúde, mas não acho normal querer fazer cooper nu pela madrugada bem no meio de uma avenida movimentada, pensando bem hoje, deveria ter deixado e esperar o que poderia acontecer.
Tivemos fome, e sem muita grana, fomos pechinchar pela comida, em uma barraca de pastel conseguimos 4 pasteis e dois guaranás lata por R$ 5,00...Teve muita confusão pra conseguir isso, o esquema é sempre confundir ao maximo o vendedor.
Após todo o acontecido, ainda tivemos que atender a natureza, foi até emocionante, nunca havia mijado de cima de uma ponte, consegui acertar uns dois taxis que passavam na avenida embaixo. Chegando a estação de trem acabei me confundindo e peguei o trem para o lado oposto, achei estranho meu amigo ter permanecido sentado aguardando o trem que vinha do lado oposto, tive que descer e voltar para descobrir o que acontecera. Pegando o trem correto sentei em frente uma bela moça que lia um livro, após deixá-la constrangida com meu olhar sedento percebi que o livro que ela lia era uma bíblia, e entendi o motivo de toda sua vergonha. O restante do caminho até em casa fizemos a pé, então descobrimos que era o dia da corrida de F1 em São Paulo, pois encontramos um grupo de pessoas que saiam do hotel com todos os apetrechos de torcedor, bonés, tênis, camiseta, jaqueta. Resolvemos puxar assunto com um desses torcedores, me pareceu ser um rapaz interiorano com muito medo, pois mesmo com tênis e boné da Ferrari e uma jaqueta da malrboro disse que não sabia nada de corrida e só estava esperando o ônibus para ir pra casa, simplesmente patético.

Nunca mais voltei nessa balada, estava muito quente dentro do galpão.

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